As Forças Armadas me deram muito mais do que um bom emprego ao sair do ensino médio. Deram-me um propósito, habilidades de autodeterminação e conexões pessoais duradouras que moldaram minha carreira e minha vida. Muito do que há de bom em minha vida devo ao período em que estive nas Forças Armadas dos EUA. Entretanto, nem toda transição de veterano é tão tranquila quanto a minha.
Como veterana que agora trabalha no Serviço de Emprego e Treinamento para Veteranos do Departamento do Trabalho, tenho a sorte de interagir com pessoas realmente inspiradoras. Duas pessoas que conheci recentemente são colegas veteranos, Markus Jolly e George Nolan. Embora tenham apreciado seu tempo de serviço nas Forças Armados, ambos tiveram dificuldades para se adaptar à vida civil. O uso de drogas e os problemas de saúde mental, além de algumas escolhas ruins, levaram cada um deles a serem presos diversas vezes. Os dois homens foram atendidos pelo Programa de Transição de Veteranos Encarcerados do VETS, que auxilia veteranos que foram encarcerados com treinamento e preparação para o mercado de trabalho. O programa oferece recursos e orientação profissional para ajudar os veteranos a desenvolver suas habilidades profissionais antes mesmo de deixarem a prisão. Suas histórias demonstram nosso compromisso de nunca desistir de nossos veteranos.
Markus Jolly admite que não foi uma criança muito disciplinada. Na adolescência, usou drogas e se envolveu em problemas com a lei. Contudo, quando foi enviado para uma escola militar, prosperou e obteve seu diploma de Ensino Médio. Também se destacou no treinamento básico ao entrar para a Marinha dos EUA. Em seu primeiro destacamento, foi designado para um navio que estava em doca seca, uma situação que lhe proporcionava pouca estrutura. O uso de drogas não só retornou como também piorou, o que levou à sua saída da Marinha após dois anos de serviço.
O que se seguiu foi uma série de crimes e sentenças de reclusão cada vez mais longas. Foi durante seu terceiro e último período na prisão que Jolly entendeu que precisava mudar.
Evitando a "vida no pátio" e se escondendo na biblioteca da prisão, passou seu tempo participando de todas as oportunidades educacionais que podia encontrar e aconselhando outros detentos. Obteve vários diplomas, inclusive um de tecnólogo em ciência aplicada em transtornos e vícios relacionados ao uso de drogas, um de bacharel em sociologia com ênfase em criminologia, um de mestre em administração de empresas e um diploma de assistente jurídico. Jolly também se beneficiou do Programa de Transição de Veteranos Encarcerados, que é financiado pelo Programa de Reintegração de Veteranos Sem-teto do VETS.
Atualmente, Jolly está fazendo doutorado em saúde comportamental com concentração em gestão na Universidade Estadual do Arizona, enquanto trabalha como especialista em uso de drogas e saúde mental. Espera um dia abrir um programa de reintegração de saúde comportamental para ajudar indivíduos recentemente encarcerados a se reintegrarem à sociedade. Enquanto isso, Jolly voltou a se relacionar com sua filha pequena, e sua agenda lotada significa que ele frequentemente precisa escolher entre se exercitar e dormir o suficiente.
George Nolan tinha 17 anos de idade quando se alistou no Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA. Quando criança, sempre se sentia estranhamente desconectado de sua família e amigos. Esperava que o alistamento nos fuzileiros navais lhe desse o senso de pertencimento que desejava. Nolan foi treinado como eletricista de campo e foi destacado para o Kuwait. Depois de retornar aos Estados Unidos, teve um encontro infeliz que mereceu sua dispensa do serviço militar. Como resultado desse incidente, Nolan foi diagnosticado com estresse pós-traumático.
Enquanto trabalhava como barman em sua cidade natal, Nova York, começou a usar drogas. Nolan mudou-se para o Arizona para obter ajuda em relação ao uso de drogas, mas acabou acumulando várias condenações por crimes e três sentenças de prisão. O futuro parecia sombrio.
Mas, em 2018, depois de participar de atividades de gangues na prisão, Nolan começou a ter pesadelos. Sentindo que não era uma pessoa íntegra, Nolan decidiu, silenciosa mas firmemente, se transformar. Embora não soubesse para onde estava indo, Nolan sabia que não queria continuar sendo quem era.
Assim como Jolly, Nolan tornou-se conselheiro de colegas na prisão e passou um ano e meio antes de ser libertado criando um programa de carreira em saúde comportamental. Atualmente, trabalha como gerente de divulgação em uma organização sem fins lucrativos, facilitando a transição entre o encarceramento e o retorno à comunidade para indivíduos com problemas na justiça. Nolan, estudante do Rio Salado College, podcaster e orgulhoso avô de dois netos, está entusiasmado com suas novas oportunidades.
Embora Jolly e Nolan tenham feito o trabalho árduo de mudar suas vidas, também se valeram de serviços destinados a veteranos, como o programa de transição apoiado pelo Programa de Transição de Veteranos Encarcerados, chamado A New Leaf (Um Novo Recomeço). O programa A New Leaf ajudou com roupas, custos de transporte de ida e volta para o trabalho e elaboração de currículo. Igualmente importante, os conselheiros do A New Leaf atendiam o telefone e ligavam para verificar o que estava acontecendo, certificando-se de que Jolly e Nolan estavam preparados para serem bem-sucedidos.
Jolly e Nolan são veteranos que enfrentaram dificuldades, mas lutaram para sair da escuridão. Hoje, não apenas estão prosperando em suas carreiras, mas também descobriram uma paixão por ajudar os outros. No VETS, temos orgulho de ajudar esses veteranos e esperamos que eles continuem tendo sucesso.
Tonja M. Pardo é diretora do Serviço de Emprego e Treinamento para Veteranos do Departamento do Trabalho dos EUA em Oregon.